Medo, eu não sei nem como começar essa carta, então vou ser direto e reto: ao final dessa carta, você estará morto.
Querido Medo, ao final dessa carta, você estará morto.
Como você me acompanhou por boa parte da minha vida, tive a bondade de separar algumas palavrinhas pra você (mesmo que você não mereça, ok?).
Quando eu ainda era um garoto, você apareceu. Pra mim, você sempre estava no escuro. Eu não podia te ver, mas sentia sua presença lá. Isso era assutador, eu admito. Então, o tempo foi passando e eu estava te vencendo aos poucos. Eu corria em direção ao escuro, e você não estava mais lá. Eu pensei que estava me livrando de você para sempre…
Porém, eu estava muito enganado!
Você apenas estava zombando da minha cara! Você sumiu do escuro e então começou a aparecer em todos os lugares! Eu não sabia o que fazer!
Todas as vezes que eu queria fazer algo diferente, você me impedia. Lembra disso? De certa maneira, você tinha o poder de entrar em minha mente. Você fazia com que eu pensasse que as coisas não dariam certo, ou que eu iria sofrer com algo.
No final, você sempre tinha o poder de me deixar paralisado… Eu não tinha forças pra lutar contra você. Sendo assim, comecei a observar seus movimentos, eu precisava saber qual era o seu ponto fraco. Friamente, eu comecei a prestar atenção em tudo que você fazia…
Você aparece de mansinho, entra na mente das pessoas, diz que só quer evitar a dor ou frustração delas. Você se faz parecer um amigo leal, mas no fundo mesmo eu sei qual é a sua intenção! Você quer mesmo é manter as pessoas acorrentadas às suas ideias pro resto da vida, você quer que elas apodreçam ao seu lado. Você faz todos serem escravos de você.
Eu sei que pessoas com sonhos incríveis são o seu alvo preferido!
Eu vi você matando o amor, antes mesmo dele nascer! Eu vi você matando ideias fantásticas, enquanto elas ainda estavam no papel. Eu vi você matando um futuro promissor, mesmo antes dele começar! Você é covarde! Você é um assassino frio e calculista que não dá chance de sobrevivência pra ninguém.
Chegou a hora de acertamos as contas…
Quero fique bem claro: Eu nunca mais serei sua vítima!
Fique sabendo você que eu nasci pra ser livre! Agora mesmo, eu estou quebrando todas as correntes às quais você andou me aprisionando por todos esses anos…
Eu não vou levar aquela vidinha medíocre que você planejava para mim. Eu nasci pra ser gigante e realizar todos os meus sonhos! Você sempre tentou me diminuir, falando que eu não era capaz de fazer isso ou aquilo, mas eu não acredito em uma palavra do que você diz.
Eu te prometo: Vou fazer tudo que você disse que eu era incapaz e ainda mais um pouco! Só pra mostrar que tenho talento de sobra pra fazer as coisas acontecerem…
Agora, não adianta nem pedir perdão ou dizer que está arrependido, pois eu sei que você nunca vai mudar. Você é traiçoeiro! Eu sei que se eu não me livrar de você agora, eu serei seu escravo pelo resto da vida.
Eu vou separar uma cópia dessa carta pra mim. Sendo assim, se algum dia você vier do além pra me atormentar novamente, eu tenho escrita no final dessa carta a fórmula secreta para mandar você pro raio que o parta
Querido medo, sua hora chegou.
Lembra do início dessa carta quando eu disse que comecei a observar seus movimentos na esperança de encontrar o seu ponto fraco?
Então, eu descobri como me livrar de você, isso é tão simples!
Eu percebi que você existe apenas para aqueles que acreditam em você! Hoje eu sei, você não existe, você é apenas fruto da minha imaginação. Se eu pensar que você existe, você se torna um gigante e serei seu escravo pra vida toda. Porém, eu estou te eliminando agora mesmo da minha cabeça de uma vez por todas, pois eu sei que você não existe!
Se um dia você realmente existir, venha me visitar, eu quero olhar bem na sua cara e rir da sua insignificância! Medo, você não existe, você é apenas fruto da minha imaginação. Eu estou me livrando de você nesse exato momento, e agora vou fazer com que outras pessoas se livrem de você também.
Os tempos mudaram e você vai pagar por tudo que fez. Boa sorte! (Você está fudido! FU-DI-DO).
Moral da história: O medo não é real, ele era apenas fruto da sua imaginação.